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10/05/2022Eu não estaria contando nenhuma novidade se dissesse que o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos principais pontos turísticos cariocas. Mas não é sempre que a visita a um ponto turístico é um programa que realmente vale a pena.
E aí está a diferença, porque o Jardim Botânico é um dos melhores lugares do Rio de Janeiro para quase tudo. Para ir com crianças, para fazer longas caminhadas, para tirar fotos e ver o Cristo Redentor de um ângulo diferente. Para ir de casalzinho. Para estar no meio da natureza, sem estar necessariamente na praia. Para fugir do sol, sem encarar um shopping. E para repetir o passeio, sempre, porque toda vez se vê um novo bicho, uma nova flor, um novo pedaço de parque.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o mais antigo do Brasil, com mais de 200 anos de história. O ano da sua fundação coincide com a chegada da Família Real portuguesa no Brasil.
Dom João VI, na época ainda príncipe regente, quis fazer daquelas terras um local para tentar adaptar sementes e mudas de especiarias orientais ao nosso clima, de olho em seu grande valor comercial (e instalar também ali uma fábrica de pólvora).
Hoje, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro funciona como um importante instituto de pesquisa, e é considerado patrimônio nacional pelo Iphan e reserva da biosfera da Mata Atlântica pela Unesco.
São 540 mil metros quadrados de área cultivada aberta a visitantes, e mais de 3.400 espécies de plantas diferentes, vindas do mundo todo. A mais célebre é a palmeira imperial, símbolo do Jardim Botânico, que pode chegar à altura de um prédio de 15 andares.
Há dois imensos corredores de palmeiras imperiais; o principal deles, a aléia Barbosa Rodrigues, é cortado por uma linda fonte do século XIX e deve ser um dos lugares mais fotografados da cidade, depois do Cristo e da praia vista do Arpoador.
Eu não separaria menos do que uma manhã ou uma tarde inteiras para visitar o Jardim Botânico. Não é algo para se fazer correndo, e cada vez há mais coisas para se ver e experimentar dentro do parque, mesmo antes de se passar pela bilheteria. A entrada tem sido feita pelo portão que leva ao Centro de Visitantes (Rua Jardim Botânico 1008, tel. 21/3874-1808), onde há muito para se conhecer, o que faz com que o passeio vá tardando a começar.
Porque, entrando por ali, você vai querer dar uma olhada no Museu do Meio Ambiente, que já recebeu exposição do Sebastião Salgado, e volta e meia tem algo interessante em cartaz, com entrada gratuita. Ou dar uma espiada no próprio Centro de Visitantes, uma casa de 1576 que funcionou como engenho de açúcar e tem hoje uma pequena exposição sobre a história do Jardim Botânico, com uma salinha interativa. E vai ser impossível seguir adiante sem espiar a loja administrada pela Associação de Amigos do Jardim Botânico, que tem lembrancinhas que não poderiam ser mais a cara do lugar, como kits de jardinagem, bijuterias feitas com sementes, e chás e temperos orgânicos. (E olha que eu nem mencionei o Espaço Tom Jobim, misto de centro cultural e teatro que fica ali também.)
Depois de espiar tudo isso, então, a visita.
Não acho que um passeio ao Jardim Botânico deva ser roteirizado; a gente vai a esses lugares justamente para escapar das obrigações da vida. (Num cantinho do parque, um conjunto de bancos homenageia a escritora Clarice Lispector com frases de sua autoria, e um deles diz: “Sentada ali no banco, a gente não faz nada: fica apenas sentada deixando o mundo ser”. Desconfio que Clarice estaria de acordo comigo.) Mas acho importante saber que o Jardim Botânico é muito mais do que as palmeiras imperiais.
Porque assim como um corredor delas, também existe um corredor de jambeiros, de mangueiras, de craveiros-da-índia, e um corredor de pau-mulato, uma árvore curiosíssima, de casca lisa e brilhosa. Sem falar nos túneis formados por gigantescos bambuzais.
Caminhar pelo parque é descobrir quedas d’água, lagos, pontes, ninhos, bichos subindo pelos troncos, árvores de nome divertido — abricó-de-macaco, cabeludinha, árvore-do-viajante. É ver ao vivo o que a gente se acostumou a conhecer pelos frascos de xampu: andiroba, aloe vera, buriti.
Um bom companheiro de passeio seria o aplicativo do parque, o Jardim Virtual, que é gratuito. O app (para iOS e Android) tem um mapa com indicações dos principais pontos de interesse do Jardim Botânico, sugestões temáticas de caminhos a percorrer, e usa realidade aumentada para dar mais informações sobre as espécies de plantas. Se não falo dele com mais entusiasmo é porque um bug na versão que baixei não me deixou testar o funcionamento por mais do que meia hora, mas tenho a impressão de que o passeio ficou melhor sem a obrigação de olhar para a telinha do telefone todo o tempo.
Caso pudesse haver alguma obrigação válida em um passeio pelo Jardim Botânico, seria apenas a de não dar a visita por terminada antes de passar nas estufas em que são cultivadas as bromélias e as orquídeas. E também no espetacular cactário, onde posso apostar que você vai descobrir muito mais espécies dessa espinhuda plantinha do que imaginava existir no mundo.
E se os portões fecharem antes de você conseguir conhecer todo o parque, não se preocupe: é sempre bom ter mais uma desculpa para voltar ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Dicas para o passeio:
- O Jardim Botânico do Rio de Janeiro funciona todos os dias do ano, exceto 25 de dezembro e 1º de janeiro.
O horário de visitação é de terça a domingo, de 8h às 17h, e às segundas, de 12h às 17h. - O ingresso custa R$ 15 (grátis para menores de 5 anos e meia entrada para maiores de 60 anos). A bilheteria aceita apenas dinheiro em espécie.
- Existem áreas atualmente em reforma, mas o passeio não fica comprometido.
- A entrada está sendo feita apenas pela Rua Jardim Botânico nº 1008. Não existe mais estacionamento no local.
- Use tênis confortáveis e leve repelente. Há bebedouros e banheiros no parque.
- Consulte o site do Jardim Botânico e a página no Facebook para saber sobre eventos especiais.